06 Janeiro 2021
Notícias

É oficial: o preço das casas não desceu

Se achava que desde a Primavera o valor a que as casas são transacionadas estava a descer, enganou-se.

Mais do que citar os números do Instituto Nacional de Estatística (que pode consultar aqui), importa sublinhar três factos que constam no relatório do 3.º trimestre:

– O valor das habitações subiu quase impercetivelmente face ao 2.º trimestre de 2020 (0,5%), ou seja, a pandemia e a respetiva crise económica não estão, de forma geral, a atuar sobre o preço das casas;

– O número de transações desceu marginalmente face ao 3.º trimestre de 2019 (1,51%), ou seja, no 3.º trimestre de 2020 escrituraram-se praticamente tantas casas em Portugal como no mesmo período do ano anterior;

– Houve mais de 7.500 transações de habitações novas, algo que não acontecia desde o 1.º trimestre de 2011 (ainda que, na altura, as 8486 transações tenham representado 33% do total das transações, o dobro do peso das casas novas no total de vendas no trimestre em causa).

Dois dos fatores que mais impactam o imobiliário (ação político-legislativa e taxas de juro) estão a mitigar por completo aquele é que é outro dos fatores mais determinantes para definir o mercado imobiliário (o ciclo económico). Ou seja, as moratórias dos bancos e os mecanismos de lay-off (ações políticas) juntamente com as taxas de juro historicamente baixas estão a:

1) evitar que incumprimento bancário dispare sobre o crédito à habitação (e, igualmente importante, sobre os empréstimos às empresas que pagam salários a trabalhadores com créditos à habitação…);

2) impedir que o desemprego cresça ainda mais;

3) suportar a procura por compra de casa.

Portugal é, de longe, o país europeu em que as moratórias têm um maior peso sobre o volume total do crédito. E é também, segundo a Organização Mundial do Trabalho, aquele que registou a maior quebra salarial entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, por via do desemprego ou da redução de horas de trabalho (segundo a OCDE, as empresas apoiadas pelos mecanismos de lay-off compreendiam 32,9% dos trabalhadores do país).

Parece difícil imaginar que estes indicadores não impactem (ou venham a impactar) a perceção de valor das casas, mas o facto a sublinhar é este: até ao 3º trimestre e de uma forma geral (porque este indicador é uma abordagem homogeneizada a todo o país), o valor a que as casas são transacionadas em Portugal não desceu.

Fonte: Dinheiro Vivo (artigo de José Cabral)

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