O alerta foi dado pela Comissão Europeia, “o preço das casas em Portugal apresenta sinais de sobreavaliação” — o aumento do preço dos imóveis “excedeu o limiar indicativo” nos últimos 5 anos.
Contudo, segundo a Comissão Europeia, há um conjunto de aspetos que estabilizam e ajudam a compensar o crescimento do risco sistémico e a afastar os riscos que o desequilíbrio do preço das casas, face à inflação, possa trazer à economia portuguesa. Veja aqui quais:
– “A subida das hipotecas foi limitada” — a aquisição de imóveis foi feita, principalmente, com recurso a poupanças e não ao crédito.
– O crédito à habitação com taxa fixa ganhou terreno (5,7% dos contratos em 2020), o que garante mais segurança, caso o Banco Central Europeu (BCE) suba as taxas de juro.
– 92% das hipotecas têm um rácio loan-to-value (valor do empréstimo face ao valor da avaliação) inferior a 80%, tal como recomenda o Banco de Portugal.
– A aquisição de imóveis com recurso ao crédito “mantém-se em cerca de 40% do total, significativamente mais baixo do que no período anterior à crise das dívidas soberanas (66% em 2009)”.
Além disso, em 2021, a evolução crescente do preço das casas desacelerou, devido ao aumento do volume de construção e à diminuição da procura, em alguns segmentos. Enquanto em 2020 o preço dos imóveis disparou 8,4%, este ano a subida foi de 5,2% no primeiro trimestre e de 6,6% no segundo trimestre.